terça-feira, 6 de novembro de 2012

Visita a Guimarães - Museu Francisco Sarmento e Citânia de Briteiros

Entretanto, seguimos viagem e fomos visitar o Museu da Cultura Castreja. Este museu apresenta as descobertas efetuadas por Francisco Martins Sarmento. Este formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e dedicou-se com grande paixão ao estudo da arqueologia. Fez a exploração intensa das Citânias de Briteiros e Sabroso, perto de Guimarães (1874-1879), junto à Casa da Ponte, onde morou. Dedicou-se também a poesia e colaborou em revistas e jornais científicos. 
Francisco Sarmento nasceu em Guimarães, no seio de uma família abastada. Frequentou o liceu num colégio do Porto e, em 1848, com quinze anos, foi para Coimbra onde estudou Direito. 
O seu interesse pela História, iniciado quando já tinha mais de quarenta anos de idade, fez com que investisse a sua fortuna na descoberta e pesquisa, tornando-se um grande arqueólogo português e adquirindo um renome científico que atravessou fronteiras e teve reconhecimento internacional. Idealizou o projecto de uma obra grandiosa: a descrição da arqueologia de Entre Douro e Minho. Projecto nunca concretizado, mas de que deixou milhares de páginas de notas manuscritas onde expõe os materiais recolhidos nas suas inúmeras expedições e as informações que recebia de todo o lado. Em grande parte ainda inéditos, estes apontamentos constituem um imenso manancial de informações arqueológicas. Porém, foi a sua actividade como fotógrafo, iniciada em 1868, que lhe permitiu ser pioneiro da fotografia de carácter científico, deixando centenas de negativos em vidro, na sua maior parte de temática arqueológica.
A importância da obra de Martins Sarmento foi reconhecida ainda em vida pelos seus conterrâneos. Em 1882, um grupo de vimaranenses ilustres, em homenagem ao sábio arqueólogo, criou a Sociedade Martins Sarmento, que erigiria como seu principal propósito o fomento da instrução popular, desenvolvendo desde logo uma importante acção de dinamização cultural.
Quando, em 1875, Martins Sarmento iniciou o estudo da Citânia de Briteiros, o universo dos castros era uma incógnita e a Arqueologia portuguesa dava os primeiros passos, limitada ao sul do país. Existia, no norte de Portugal uma tradição erudita, sustentada por antiquários, interessados em desvendar os enigmas encerrados nas ruínas das “cidades mortas”. Esse saber mantinha-se apenas na esfera literária. As imagens eram raras. 
Na segunda metade do século XIX, uma nova modalidade de registo, é aplicada em trabalhos arqueológicos: a fotografia. No nosso país, Martins Sarmento é um dos pioneiros na utilização deste novo método de registo. Aliás,  a divulgação da Citânia de Briteiros está intimamente associada à fotografia. Na verdade, será através de dois álbuns fotográficos, que o arqueólogo vimaranense vai divulgar os resultados das suas pesquisas.

No museu observamos diversos materiais desde livros, a fotografias, a instrumentos, a achados arqueológicos...











Posteriormente, passamos para uma das partes mais entusiasmantes da visita: a Citânia de Briteiros!
Mas, para azar o nosso, assim que chegamos começou a chover intensamente. Até chegamos a pensar que a visita não se iria realizar!